06 de Dezembro de 2024

"COMO UM DEUS TÃO GRANDE, FEZ-SE TÃO PEQUENO?"

Talvez seja essa a pergunta que muitos se fazem quando os seus olhares se voltam para o presépio. Como pode um Deus tão “excelso” se rebaixar tanto? Como pode um Deus absoluto se revelar numa pequenina e frágil criança que ao contrário dos grandes da época, nasce numa manjedoura, num curral de animais?  Nesse sentido, o presépio se torna ponto de profunda reflexão. Ele é um “Evangelho vivo”. Uma escola de despojamento e sobriedade. Nele, o Nosso Senhor nasce nos ensinando a dimensão da pobreza e do desapego, assim como também morrerá, mais tarde numa cruz, pobre e despojado das próprias vestes.

São Francisco de Assis, no natal de 1223, há mais de 800 anos atrás, criou um presépio vivo em Greccio, na Itália, dizendo as seguintes palavras: “quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e comtemplar com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro”. Greccio, naquela noite, tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade.

Segundo o Papa Francisco, “o presépio foi criado para nos trazer de volta ao que importa: Deus que vem morar entre nós”. Por isso, é importante olhar para o presépio. Ele nos ajuda a entender que antes das coisas vêm as pessoas, superando a visão do mundo que coloca as coisas antes das pessoas. Que a festa mais importante não é a que possuía mesa farta, nem a que conta com os mais caros presentes, e sim, a que vive o espírito do amor comunhão, da partilha e da paz.

Iniciando o tempo do advento, e aproximando-nos do Natal, somos chamados a viver a experiência de Greccio. Há fazermos do presépio um Evangelho doméstico. Há tornar os nossos lares uma nova Belém. É como diz um canto: “Natal é vida de nasce, natal é Cristo que vem, nós somos o seu presépio, e a nossa casa é Belém”.

Monte o seu presépio, contemple essa realidade. Mas, antes de tudo, sejamos nós a verdadeira Belém, sejamos nós a manjedoura, o presépio vivo. Não sejamos como a hospedaria lotada ou totalmente ocupada, onde para Ele não havia espaço. É em nós que o menino Deus quer e precisa encontrar morada.



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