Mulher silenciosa, é com estas duas palavras que Frei Inácio Larrañaga classifica a personalidade da jovem escolhida para ser a Mãe de Jesus e de toda a humanidade.
Em tempos de intensa conexão e violentos estímulos sonoros frente a tantas tecnologias, o silêncio ganha status de necessidade irrevogável.
As experiências vividas com o Sínodo dos bispos nos ensinaram o valor e a importância do silenciar-se, caraterística própria e constitutiva da vida de Maria, a Virgem do silêncio. Deste modo, faz-se necessário e vital que tomemos a Mãe de Deus como referência e modelo. Neste contexto, poderíamos, dentre tantos títulos a ela atribuídos, vivenciando o mês das missões, considerá-la a “missionária do silêncio”. Em Maria, serva no silêncio, destaca-se algumas qualidades e virtudes que muito nos ensinam e merecem destaque:
1ª Silenciosa e escondida: No Tratado de verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria, S. Luís Maria de Montfortnos leva a Nazaré a encontrar uma jovenzinha escondida. Não com medo, mas reservada. Assim foi Maria. Tão silenciosa e agradável a Deus que pela sua humildade e escondimento, foi escolhida para ser a mãe de Jesus.
2ª Silenciosa e confiante: Maria não contou a José sobre a gravidez. A Palavra nos conta que José percebendo a gestação decidiu abandonar Maria em segredo. Certamente Maria orou e confiou em Deus. E José, depois de ter sonhado, não a deixou.
3ª Silenciosa e grata: Maria falou pouco, mas quando abriu a boca cantou o Magnificat em gratidão a Deus e à sua obra.
4ª Silenciosa e perceptiva: Em Caná, Maria interviu para o primeiro milagre de Jesus. Nossa Senhora estava em um lugar barulhento. Era uma festa. Tinha músicas, danças e conversas. Contudo, tendo ela uma vida regrada pelo silêncio não passou despercebida diante do drama dos noivos com a falta do vinho.
5ª Silenciosa e paciente: Aos pés da cruz, ao ver seu filho morrendo, Maria poderia se desesperar. A dor era imensa, mas seu silêncio ajudava amenizar e cicatrizar as feridas, ensinando que silenciar nas dores e agir com serenidade evita causar mais e maiores ferimentos.
6ª Silenciosa e solícita: Quem é silencioso sabe escutar e oferece os ouvidos para quem necessita desabafar. Maria é dócil aos nossos pedidos. Ela os acolhe e os presenta a Jesus em “bandejas de prata”.
7ª Silenciosa e advogada: Na defesa de seus clientes os advogados necessitam de muitos argumentos e palavras. Maria é tão bendita e preciosa para Deus que poucas palavras bastam para nos salvar: “fazeitudo o que ele voz disser”. Ela é advogada e mãe de misericórdia. Quando a Mãe fala ou pede, o filho ouve e atende.
Nossa Senhora do Silêncio, rogai por nós.