“Ide, dizei aos discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente” (Marcos 16,7).
As mulheres que seguiam Jesus desde a Galileia é que foram solidárias com Ele até os pés da cruz (cf. Mc 15,40-41). Foram elas que observaram onde Jesus fora sepultado (Mc 15,47) e serão privilegiadas com o primeiro anúncio da ressurreição.
Depois do caos que a morte de Jesus provocou, está raiando um novo sol de esperança e de luz. O novo sol que ilumina agora é Cristo ressuscitado. “A cidade não precisa do sol ou da lua para a iluminar, pois a glória de Deus a ilumina, e sua lâmpada é o Cordeiro” (Ap 21,23).
Enquanto estão a caminho para cuidar do corpo de Jesus surge uma grande preocupação, a grande pedra no caminho, um obstáculo que é maior do que elas. E se perguntam quem poderá removê-la. Para sua surpresa, a pedra não está mais lá. E o sepulcro está vazio.
Cada um dos quatro evangelistas escolheu seus personagens para o anúncio: em Mateus aparece um Anjo do Senhor (28,2); Marcos apresenta um jovem sentado (16,5); Lucas mostra dois homens com vestes resplandecentes (24,4); e João por sua vez coloca na cena dois anjos (20,12). No entanto, não há contradição. A intervenção de um mensageiro corresponde a um procedimento a quem se recorre seguidamente na Bíblia quando se trata de explicar ao leitor aquilo que ele deveria entender pela fé.
As mulheres foram procurar o corpo de Jesus morto para embalsamá-lo. A pedra fora removida. O sepulcro está vazio. O corpo de Jesus não está mais aí. São sinais da ressurreição, mas não bastam. O corpo poderia ter sido roubado. Então temos o anúncio da boa notícia. Primeiro, o jovem pede que não se assustem, que não tenham medo, “Ele ressuscitou!” Há uma identificação entre quem elas procuram e o ressuscitado. É isso que anuncia o jovem: Jesus, o Nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou! Ele não está mais aqui. Só ficou o lugar. Ele não ficou sob o poder da morte, Deus o ressuscitou. Inútil procurar aquele corpo, pois ele não foi reanimado, mas passou para uma nova vida, gloriosa, que recupera sob nova forma as características do corpo humano: a individualidade pessoal. O Ressuscitado é o Crucificado.
PENSAR EM DESCANSAR E CONTEMPLAR, QUE NADA. As mulheres recebem a missão de ir anunciar aos discípulos, à comunidade que foi dispersa pela morte na cruz de Jesus. E dentre eles é a Pedro, o líder dos Doze, que deve ser anunciado. Esta indicação sublinha que a negação de Pedro não retirou a escolha que Jesus fez para ele e sua missão.
O Ressuscitado já tinha dito a seus discípulos para encontrá-lo onde ele se manifestou a eles no início, onde os chamou e também onde já havia anunciado que os encontraria (Mc 14,28). É lá na Galileia que tudo começou e é onde tudo deve recomeçar.
É Páscoa! É passagem! Jesus passou da morte para a vida. Hoje somos convidados a fazer a experiência da passagem das trevas para a luz; da noite para o raiar do sol; da morte para a vida. Foi isso que as mulheres fizeram na manhã depois do sábado. Também caminhamos em meio às noites escuras. Também nós temos medo desta “pedra grande” que quer nos separar de Cristo. No entanto, brilha o sol do novo dia. Jesus, aquele que foi crucificado, não está morto: Deus o ressuscitou! Ele está vivo no meio de nós!
E AGORA O QUE FAZER? Vamos também nós contar para todos que Jesus é quem venceu a morte, é o Senhor da vida a quem vale a pena seguir.