“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Apocalipse 2,7)
Meu objetivo aqui é oferecer mais informações sobre a “escuta espiritual”, recurso usado pelos organizadores do sínodo dos bispos em Roma e também foi usado no Assembleia do povo de Deus no Regional Sul 2, ou seja, no Paraná, e que pretendemos usar em nossa Assembleia Diocesana que está marcada para acontecer no dia 15 de novembro.
O Papa Francisco insiste que devemos promover uma escuta no estilo de Deus: que é proximidade, compaixão e ternura, que nos alcança aonde estamos, pelos caminhos por vezes acidentados da vida, que se encarrega das fragilidades e das pobrezas do nosso tempo.
Devemos trabalhar seriamente para sermos uma “Igreja da Escuta”, aberta à novidade que Deus quer sugerir, à voz do Espírito que fala nos irmãos e irmãs, no seu respiro sempre novo.
A escuta espiritual não se trata de simples discussões de ideias, mas de uma partilha a partir da própria experiência espiritual de rezar a temática proposta. Por isso a participação em uma assembleia nesses moldes exige muita disciplina, escuta caridosa e oração.
A parir do tema proposto para esta Assembleia serão feitas leituras orante do material que foi produzido. Depois de cada leitura orante será feito a oração pessoal e aí será partilhado nos grupos. É uma partilha espiritual, ou seja, partilhar as emoções, os sentimentos experimentados em sua oração pessoal.
Três serviços são fundamentais para o bom êxito da proposta: Um coordenador, um cronometrista e um secretário (relator).
A conversa espiritual possui três rodadas ou “rondas”.
Na primeira ronda todos falam e todos escutam. A idéia é que cada integrante fale sobre os sentimentos experimentados durante o momento de oração pessoal;
Na segunda ronda, o grupo terá um momento de pausa para fazer anotações daquilo que ouviu e, posteriormente, as impressões serão compartilhadas;
Na terceira ronda, será feito um diálogo espiritual no qual serão apresentadas as questões mais urgentes.
São três rodadas nas quais vamos aprofundando aquilo que rezamos. O mais interessante do método é que não fica só nas ideias e nem em uma discussão de encaminhamentos e propostas; o importante é estarmos num movimento de escuta – escuta do espírito. E aí vamos exercendo a capacidade de ler os sinais que a realidade está trazendo, diante dos diversos contextos e experiências pessoais de cada participante.
Uma assembleia com este método exige dos participantes: muita oração, caridade para ouvir e vontade de participar. Das paróquias que já terão feito a assembleia paroquial espera-se muita oração e comunhão para que os integrantes da Assembleia Diocesana possam ouvir o que o “Espírito diz às Igrejas.