“Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos para que esteja em comunhão conosco (...) para que a nossa alegria seja completa” (1 João 1,3-4).
Anunciar o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo, e partilhar a alegria que se experimenta na conversão e na vida nova, a partir da comunhão com Ele, é o centro da missão da Igreja (EG, n. 14). Ela é consciente de que é enviada ao mundo para evangelizar. Com entusiasmo e esperança, anuncia e testemunha que a plenitude da vida, experimentada na comunhão fraterna, é dádiva oferecida por Deus a todas as pessoas. “Aqui está a fonte da ação evangelizadora. Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o anunciar aos outros? ” (EG, n. 8).
Em nossa diocese o grande desafio de evangelizar passa pelas “pequenas comunidades eclesiais missionárias”. Ali acontece a evangelização. Os grupos de reflexão organizado em pequenos grupos de famílias que se reúnem para profundar os ensinamentos bíblicos. É lá na comunidade que acontece os itinerários de preparação de pais e padrinhos para o batismo das crianças. Os jovens se preparam através do “itinerário vivencial de acompanhamento personalizado de preparação para o sacramento do matrimônio” para constituir famílias sagradas. As crianças, através do itinerário catequético se preparam para receber o sacramento da eucaristia. Os adultos que foram batizados e não suficientemente evangelizados são convidados a participar do processo catecumenal. Enfim, é na pequena comunidade que acontece a Igreja doméstica. Penso que este desafio vai nos acompanhar por muitos anos.
Nas pequenas comunidades o amor gratuito gera fraternidade que se concretiza em comunhão de fé, nas quais a vida, com suas alegrias e dores, é partilhada. Através do relacionamento fraterno, criam-se laços muitas vezes mais fortes que os de sangue (Lc 8,19-21). São eles que sustentam nos momentos de fragilidade, convertem corações, fortalecem na vida de oração e põem a Igreja em estado permanente de missão e a fazem existir em saída (EG, n. 20).
Quando contemplamos o evangelho, encontramos dois verbos que marcam a relação de Jesus com os discípulos: “vinde” e “ide”. Jesus que chama é o mesmo Jesus que envia (Mc 3,13-15). Ele chama para estar consigo e para sair em missão. Por isso, não se pode separar a vida em comunidade da ação missionária, como se uma só dessas dimensões bastasse. “A vida nova de Jesus Cristo atinge o ser humano por inteiro e desenvolve em plenitude a existência humana em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural” (DAp, n. 356). As primeiras comunidades buscam acolher, compreender e vivencias esta integração entre a experiência comunitária da fé e a ação missionária (At 12,1-5), testemunho que ressoa até hoje na vida da Igreja (At 5,42).
A fé impulsiona a ir ao encontro do outro. Não bata participar dos sacramentos e dos atos de piedade se não sair em missão. “Vai, vai missionário do senhor, vai trabalhar na messe com ardor. Cristo também chegou para anunciar, não tenhas medo de evangelizar”.
No dia 27 de novembro inicia o Advento, tempo de preparação para o Santo Natal. Quero fazer um convite a todos os católicos. Organizar o maior número possível de grupos de preparação para o Santo Natal. Vamos fazer da celebração de Natal uma grande festa da fé.