Entre os cristãos a devoção a Maria Santíssima é uma prática que herdamos desde a infância. No colo da mãe e nos braços do Pai aprendemos a rezar. Ave Maria...
Eu gosto de pensar que não é possível algum devoto de Nossa Senhora que não seja missionário. Vamos tomar a Bíblia nas mãos para recordar os fatos: Grávida do Filho de Deus, Maria “partiu apressadamente” (Lc 1, 39) à casa de Isabel, que precisava de sua ajuda. Ela se torna Missionária: assume o jeito de ser de Deus que é ir ao encontro de quem precisa de ajuda! Nas bodas de Caná, notando a falta de vinho, dirigiu-se a Jesus: “Eles não têm vinho”. E, tendo ouvido – e compreendido! – a resposta de Jesus, “sua mãe disse aos que estavam servindo: Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 3-5).
Maria deixa um grande ensinamento à Igreja. Ela estava presente no Cenáculo, com os Discípulos, quando desceram sobre eles a “chama” e o “sopro” do Espírito Santo que os levou a anunciar Jesus em todo o mundo. De resto, ao longo da história, Maria sempre se faz presente animando a missão, com suas “aparições” em Guadalupe, Aparecida, Lourdes, Fátima, por exemplo.
O Documento de Aparecida número 266 diz que “a máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de filhos no Filho nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf, Lc 1,45) e obediência à vontade de Deus (cf. Lc 1,38) é a discípula mais perfeita do senhor”.
Maria torna-se mãe da humanidade quando do alto da cruz, Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representado por João, o dom da maternidade de Maria, que brota da cruz: “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27). Perseverando junto aos apóstolos a espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, e da mesma forma com os irmãos (DA, n. 267).
Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos santuários marianos. Por isso, como a Virgem Maria, a Igreja é mãe. Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma Igreja meramente funcional ou burocrática (DA, n. 268).
“Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários”. (DA, n. 269). Por isso que eu penso que todos os devotos de Maria, necessariamente, como Maria, vão em missão. “Partiu apressadamente” (Lc 1,39).
Dom Bruno Elizeu Versari