A conversão pastoral é um dos temas fundamentais na “nova etapa da evangelização” que a Igreja é chamada hoje a promover, para que as comunidades cristãs tornem-se cada vez mais centros propulsores do encontro com Cristo.
Por isto, o Santo Padre sugeriu: “Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: 'Dai-lhes vós mesmos de comer'” (Mc 6, 37) EG. 49.
A paróquia no contexto contemporâneo
A conversão a uma “nova etapa da evangelização” leva naturalmente também a uma reforma das estruturas, diz respeito em modo particular à paróquia, comunidade chamada ao redor da Mesa da Palavra e da Eucaristia.
A paróquia possui uma longa história e teve desde o início um papel fundamental na vida dos cristãos e no desenvolvimento e no trabalho pastoral da Igreja; já nos escritos de São Paulo pode-se verificar a sua primeira intuição. Alguns textos paulinos, realmente, mostram a constituição de pequenas comunidades como igrejas domésticas, identificadas pelo Apóstolo simplesmente com o termo “casa” (cfr., por exemplo, Rm 16, 3-5; 1 Cor 16, 19-20; Fil 4, 22). Nestas “casas” pode-se decifrar o nascimento das primeiras “paróquias”.
A Ação Evangelizadora para os nossos dias apresenta um grande desafio: Superar a mentalidade do “centro” da paróquia ao redor da igreja Matriz e secretaria paroquial, para uma nova estrutura de igreja. “As pequenas comunidades”.
Aquela linguagem: “todos estão convidados”, “os interessados passam na secretaria paroquial”, “a inscrição para a catequese, será no centro catequético”, quem quiser ajudar a igreja passa na secretaria paroquial”. Esse modo de falar não tem mais o mesmo peso, o mesmo significado. Na verdade, somente aqueles que já estão inseridos na comunidade da Igreja acabam participando. Os demais, a grande maioria, quem nem sabem onde é a Igreja Matriz ou a secretaria paroquial, as “ovelhas perdidas de que Jesus tanto fala”. Ou seja, os “doentes” que precisam de médico, esses estão expostos a todo tipo de aventureiro.
A paróquia é “uma rede de comunidades”. É nas pequenas comunidades que devem acontecer os encontros das famílias, os grupos de estudos, de reflexão. A catequese para adultos, a preparação para pais e padrinhos a preparação para os jovens que desejam o sacramento do matrimônio, a catequese para as crianças e adolescentes. Na pequena comunidade é possível resgatar o grande objetivo da Ação Evangelizadora, uma Igreja eminentemente missionária, uma Igreja em “saída”.
O grande paradigma para todos os movimentos e pastorais da nossa Igreja é superar o “cômodo critério, fez-se sempre assim”. Em primeiro lugar porque a zona de conforto dá uma sensação de que tudo está bem. Em segundo lugar, porque quem não fez uma experiência intensa e profunda de Jesus tem muita dificuldade em ser missionário.
Qual a expectativa da nossa Diocese neste tempo pós pandemia? Resgatar e fortalecer as pequenas comunidades. Desenvolver com fervor a Iniciação à Vida Cristã. Fortalecer as pastorais, movimentos e serviços para a vivência da missão. Os movimentos as pastorais e os serviços da Igreja existem para evangelizar. Quando perdem esta dimensão, perdem o sentido de existir.
Nossa Igreja é eminentemente missionária. Para que isso aconteça, vamos seguir confiantes de que é o Espírito Santo de Deus quem nos conduz.