“A pastoral em chave missionária exige o abandono deste cômodo critério pastoral: ‘fez-se sempre assim’. Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas o estilo e os métodos evangelizadores das respectivas comunidades” (EG. n.33)
Já vemos com esperança e expectativa o fim deste triste tempo de pandemia. Durante este longo tempo de espera, não vemos a hora de retornar os encontros das famílias, das pastorais, dos movimentos e dos serviços, principalmente aqueles que tem como características os encontros presenciais.
Quero continuar refletindo sobre alguns paradigmas que estamos vivendo:
Na catequese a compreensão muda significativamente. Não é catequético o sistema de “aulas de catequese”. Um grande paradigma é proposto. Os catequistas orientam os pais e os próprios pais repassam para os seus filhos. Os pais vivem a prática do compromisso assumido no dia do matrimônio e vivem com intensidade o próprio batismo evangelizando os próprios filhos, são os primeiros catequistas dos filhos.
Com os jovens a vivência da fé exige um renovado dinamismo. Dar testemunho com a própria vida. Nesta dinâmica a vivência da fé exige atividades concretas. Não é possível mais grupos de jovens que não vivem a prática da fé. “Jovens que ficam nas salinhas, cheiram mofo”. Uma boa indicação é participar de projetos que envolvem o meio ambiente, solidariedade com os que sofrem, Grupos de vivência, envolvimento na política, etc.
Os Noivos que pretendem viver a santidade na vida conjugal e desejam receber o sacramento do matrimônio, casar-se na Igreja, terão todo apoio para esta iniciativa de fé. A Igreja oferece um itinerário para aprofundar o significado do sacramento do matrimônio. Para isso, assim que há esperança firma de se casarem, deverão buscar o itinerário formativo que será personalizado e acompanhado pela pastoral familiar da paróquia. Os encontrões de noivos não respondem mais.
Batismo, pais e padrinhos que desejam batizar os filhos e afilhados, deverão aprofundar o significado do sacramento do Batismo através de um itinerário formativo para pais e padrinhos, que serão realizados através dos encontros personalizados. Os encontrões para pais e padrinhos não tem mais sentido de existir.
Liturgia. Lembro-me de um canto litúrgico no final da missa. “A missa terminou, começou nossa missão...”. Quem participa da missa e não despertou para a missão ainda não experimentou o profundo significado da comunhão. “Depois de repartir o pão com Jesus, os discípulos de Emaús sentiram-se fortalecidos para irem contar aos irmãos tudo o que tinha acontecido com eles pelo caminho”. Jesus se revela na medida que vou ao encontro do outro.
Os movimentos que não se reorganizarem na caminhada de fé, dificilmente conseguirão atingir seus objetivos. A linguagem é fundamental. A Igreja não desanima em insistir na importância da vivência da fé nas pequenas comunidades. O itinerário da Iniciação à Vida Cristã é por onde deverão passar os novos cristãos. Os movimentos devem ser momentos de fortalecimento na vida dos fiéis para prosseguirem na missão diária.
Diante de tantos paradigmas a Igreja terá um “novo jeito de ser”. Uma Igreja em saída, será eminentemente missionária. Esse é o objetivo.