01 de Junho de 2020

"PENTECOSTES"

A festa litúrgica de Pentecostes é a oportunidade de celebrar a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e consequentemente a todos os discípulos. Para o evangelista São João o Pentecostes acontece no dia da Páscoa. “Na tarde do mesmo dia que era o primeiro da semana... Jesus soprou sobre os discípulos dizendo: Recebei o Espírito Santo” (Jo 20, 19.22). Para o Evangelista São Lucas, o dom do Espírito Santo é dado cinquenta dias depois da ressurreição. “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar... Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiam sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo” (At 2,1-4).

Pentecostes era a festa judaica celebrada cinquenta dias depois da Páscoa, também chamada festa das colheitas, quando os israelitas agradeciam a Deus pelos dons da terra e do alto. Sua origem é a festa da Aliança, do dom da lei dada a Moisés, para que ele a desse ao povo. Para nós cristãos ela passa a ser a Festa do dom do Espírito Santo.

Com a ressurreição de Jesus ele não precisa de porta para entrar no lugar que estão os discípulos. Ele colocou-se no meio deles (Jo 20,19) que estavam reunidos, com as portas fechadas, por medo dos judeus. Isso fortaleceu e animou a comunidade nascente. Jesus torna-se reconhecido na comunidade reunida em torno da Palavra, não é mais na sinagoga, que deverão se reunir, mas em torno de Jesus, não é mais no templo, mas no templo do próprio corpo do ressuscitado (Jo 2,21). Para a comunidade nascente a condição para pertencer ao grupo e receber o Espírito Santo é: “se me amais e observai os meus mandamentos. Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós” (Jo 14,15-17).

Para os cristãos o rito de receber o Espírito Santo é a imposição das mãos. “Quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles” (At 19,6). E depois de Jesus ter confiado a missão de “Evangelizar e de Batizar para os discípulos”, portanto a missão da Igreja, a missão de esparramou por todo o território. Felipe foi escolhido pelo Espírito Santo para levar o Evangelho à Samaria, considerada como semipagã (Jo 4). “Os apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João, assim que chegaram, fizeram orações pelos fiéis, a fim de que receberem o Espírito Santo. Então, os dois apóstolos lhes impuseram as mãos e receberam o Espírito Santo” (At 8,14-17).

Este rito de imposição das mãos se dá para nós quando o sucessor dos apóstolos impõe as mãos, que acontece no dia da Crisma. Assim diz o Bispo: Deus todo-poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, pela água e pelo Espírito Santo, fizestes renascer estes vossos servos e servas, libertando-os do pecado, enviai-lhes o Espírito Santo Paráclito; dai-lhes, senhor, o espírito de sabedoria e inteligência, o espírito de conselho e fortaleza, o espírito de ciência e piedade e enchei-os do espírito do vosso temor. Na sequência unge a fronte do fiel com estas palavras: Recebei, por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus. E como acolhida da graça recebida o fiel responde: Amém! Aceito! Assim seja.

Dom Bruno Elizeu Versari

Bispo Diocesano