137 crianças guineenses iniciaram o ano letivo nessa segunda-feira, 4 de outubro. Este é o segundo ano de funcionamento da escola, ainda em construção, mantida pela Missão São Paulo VI, na Guiné-Bissau, África. No ano de 2020, a escola inaugurou o jardim infantil, que recebeu o nome de Irmã Clara Giacopuzzi, com três turmas. Neste ano, aqueles alunos que cursaram o Jardim III avançaram uma etapa e inauguraram a turma da primeira classe, dando início ao que, para nós, corresponde ao Ensino Fundamental. Dessa forma, nesse segundo ano letivo a escola terá quatro turmas.
Essa nova etapa do ensino receberá o nome de Dom Pedro Carlos Zilli, em homenagem à memória do primeiro bispo de Bafatá, falecido em 31 de março de 2021, em consequência de complicações da Covid-19. Dom Pedro foi um dos grandes incentivadores para que o Paraná assumisse essa missão na Guiné-Bissau.
A missionária e diretora da escola, Márcia Vitória, relatou que esse primeiro dia de aula surpreendeu, positivamente, todos os missionários. “Nós tivemos a primeira reunião com os pais dos alunos da primeira classe para passar algumas informações sobre a nova etapa, como a mudança do uniforme, o material didático a ser utilizado, a agenda escolar, e ficamos muito felizes pela participação. Na primeira classe temos 35 alunos e na reunião tivemos 30 pais presentes, que manifestaram contentamento pelo que seus filhos receberam no Jardim III e pela escola estar progredindo”, disse a missionária.
Uma novidade neste ano será a inclusão de 3 alunos com deficiência. Já em 2020, a escola acolheu uma criança com deficiência intelectual e, segundo a diretora, a experiência de inclusão foi muito boa, tanto para a escola quanto para os alunos. Neste ano, mais duas crianças com deficiência auditiva irão integrar o corpo discente da escola. O acesso dessas crianças na escola é facilitado por um projeto na Diocese de Bafatá, que recebe bolsas de estudo das Pontifícias Obras Missionárias (POM) para ajudar crianças com deficiência (de 3 até 14 anos, Jardim e Ensino Básico) a terem acesso à educação. As três crianças da escola da missão serão integradas nesse projeto.
A escola da Missão São Paulo VI
Quando a Missão São Paulo VI iniciou no país da Guiné-Bissau, África, em 2014, foram definidos três âmbitos de atuação: evangelização, saúde e educação. Os primeiros missionários enviados, logo começaram o trabalho de evangelização e a colaborar na saúde, ajudando no pequeno hospital da cidade de Quebo, precário em todos os aspectos, e também atendendo as pessoas da comunidade, com curativos e primeiros socorros.
A educação, inicialmente, era o sonho de construir uma escola no terreno da missão para poder oferecer ensino às crianças e jovens. Esse sonho foi amadurecido, projetado e começou a ser concretizado no ano de 2019, com a construção física da escola. Ao mesmo tempo, professores voluntários no Brasil, em conjunto com educadores guineenses, começaram a construir o projeto político pedagógico da escola.
A escola está projetada para atender desde o jardim de infância até o ensino técnico. Para isso, uma arquiteta voluntária no Brasil, Letícia Surmas, escutando a realidade guineense, fez um projeto arquitetônico de uma escola com 3 blocos.
Como a educação é uma necessidade emergencial no país da Guiné-Bissau, os bispos do Paraná decidiram que a escola iria começar com o jardim infantil e ir progredindo, a cada ano, com uma nova etapa. Dessa forma, após a conclusão da construção do primeiro bloco, em outubro de 2020, teve início o Jardim Infantil Irmã Clara Giacopuzzi, com três turmas. E, em 2021, uma etapa foi avançada.
A escola será construída pela Igreja do Paraná
Construir uma escola é um desafio que demanda, além das forças humanas e missionárias, os recursos financeiros. Por isso, a Igreja do Paraná lançou, em setembro de 2019, uma Ação Missionária, a fim de envolver todos os cristãos católicos nessa causa. No entanto, devido à pandemia da Covid-19, em 2020, a ação não pôde ser realizada pela maioria das dioceses do Paraná e foi retomada em agosto de 2021, sendo definida uma nova data para sua conclusão: a Páscoa de 2022.
No vídeo abaixo, o secretário executivo da CNBB Sul 2, Padre Valdecir Badzinski, explica como será a retomada da Ação Missionária.
Os valores arrecadados nessa Ação Missionária irão ajudar a continuar a obra da escola, garantindo que, a cada ano, os alunos matriculados possam seguir para uma nova etapa e concluir os estudos, na juventude, com uma qualificação profissional. “Acreditamos que a generosidade da Igreja do Paraná irá além das nossas expectativas, ajudando não só a terminar a obra, mas também a manter os custos recorrentes, como a contratação dos educadores, aquisição de materiais e a merenda escolar, que é um dos diferenciais da nossa escola”, afirmou o Pe. Valdecir.
Fonte: https://cnbbs2.org.br/2021/10/escola-da-missao-da-inicio-ao-segundo-ano-letivo/