DIA DOS NAMORADOS | As fontes espirituais do namoro

12 de Junho de 2020

DIA DOS NAMORADOS | As fontes espirituais do namoro

“Compreendi que o Amor englobava todas as vocações, que o Amor era tudo…”
Santa Teresinha do Menino Jesus (Teresa de Lisieux)

Hoje, dia 12 de junho, é comemorado o Dia dos Namorados. Em convite do Jornal Servindo, a Daniely Chiquetti Soares Gonçalves, formadora na RCC, pedagoga e psicóloga escreveu um artigo sobre as fontes espirituais do namoro. 
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(Missa para a Juventude, junho de 2018 - Missa para os namorados)

Todo aquele que deseja crescer no amor maduro, verdadeiro, total, fiel e fecundo precisam conhecer a Teologia do Corpo (TdC). A TdC é o grande legado deixado por São João Paulo II para compreensão do amor humano e não só, ela é também um itinerário de crescimento e amadurecimento huma-no, afetivo e espiritual, afim de formar homens e mulheres segundo o coração de Deus.

Há hoje, uma crise nos laços duradouros, sejam na amizade ou no casamento, e, não há como o cristão católico querer dar passos para a maturidade de vida e estabelecer um relacionamento sólido se não passar pela compreensão do que seja a sexualidade humana. Diz o Catecismo da Igreja Católica que “a sexualidade [...] diz respeito particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar, e, de modo mais geral, à aptidão a criar laços de comunhão com outrem” (CIC 2332). Portanto, ela engloba todos os aspectos humanos.

São João Paulo II nos ensinou que a sexualidade é muito mais do que corresponder aos impulsos dos desejos individuais, ela é a expressão de entrega e doação mútua que só poderá ser autêntica quando mergulhada na Redenção de Cristo. Não é atoa que a palavra de Deus faz uma analogia da união de Cristo com a Igreja no Genesis e no Apocalipse (início e fim da Bíblia), referindo-se ao significado esponsal do corpo e da sexualidade, dignificados na entrega de Cristo pela humanidade.

O relacionamento escravizado e utilitarista entre o homem e a mulher, onde um se acha senhor do outro, só será superado quando existir um Senhor de verdade no relacionamento: Deus. Do contrário, a liberdade e a felicidade estarão ameaçadas. Aos namorados, a Igreja orienta que façam o caminho iluminado pela pedagogia da santidade, atravessando o mar da confusão do mundo atual, do erotismo, da pornografia e do sexo sem compromisso, com o barco da castidade.

A castidade, é a guardiã da dignidade humana, é aquela que defende a pessoa contra o utilitarismo descartável e reestabelece o olhar genuíno da pureza, ilumina o coração e faz os namorados se conhecerem melhor e principalmente, educarem-se para o amor total, fiel, livre e fecundo do matrimônio, à exemplo de Cristo.

Confundem-se aqueles que pensam que a castidade é castração, ela é um dom, uma virtude superior, capaz de elevar o ser humano à experiência mais sublime do amor-doação, com um coração reto e indiviso. Aos que buscam vive-la é possível experimentar a integralidade das forças vitais. Um jovem no caminho da castidade terá uma força que o protegerá de tudo aquilo que venha usá-lo, dividi-lo ou aniquilá-lo. Não tolerará vida e linguagem dupla.

Mas os efeitos da castidade não param aí, o principal elemento dessa virtude é a força que ela gera para a liberdade humana, proporcionando aos homens e mulheres a possibilidade de agir movidos pela marca da imagem e semelhança de Deus imprensa dentro de si, pois o caminho de castidade, afirma São João Paulo II, é a pedagogia para recuperar a pureza original.

Os namorados cristãos não podem descaracterizar essa etapa, secularizando-a e traindo suas próprias vocações. Antes de tudo é preciso abraçar a castidade e assumir o chamado à santidade. O namoro, portanto, não é um mero passa tempo, mas é uma etapa significativa de diálogo, conhecimento e crescimento espiritual, um caminho vocacional para uma grande decisão que levará os esposos a se doarem mutuamente como Cristo e a Igreja.